16 julho 2014

A cor da dívida




Blogs e jornais inteiros poderiam ser escritos à conta deste gráfico. Já foram e continuarão a ser. Por agora, apenas relembrar que o governo que mais cortou direitos para a pagar a dívida foi o que mais viu o seu aumento.
Não é só por se "gastar" que a dívida aumenta. Nem basta "cortar" para que diminua. Depende de onde se gasta, em quem e com que resultados. 
Gastar em Estado Social, em investimento público, na renovação do tecido produtivo, em criação de emprego até pode fazer crescer a dívida no curto prazo mas, no longo, estão criadas as condições para o crescimento da economia e dos rendimentos: o peso da dívida na riqueza produzida cai, a dívida é mais sustentável. 
Gastar em PPP ou em privatizações pode reduzir a dívida no curto prazo, empurram-se os gastos para a frente, entram uns milhões nos cofres agora. Para o futuro ficam os encargos com os privados (normalmente setores rentistas que não criam grandes contrapartidas), mas também os problemas de um Estado que não tem instrumentos para fazer política económica porque vendeu todos os que tinha. Perde também o orçamento público com a perda dos dividendos que, em meia dúzia de anos, pagaram a empresa de volta aos investidores privados.
Cortes na despesa pública, austeridade podem, em teoria, reduzir a dívida. Mas também podem - como se viu - levar a uma profunda recessão, ao desemprego e ao empobrecimento generalizado. A partir daqui.... é senso comum: a pobreza não paga dívidas. 

1 comentário:

  1. O necessário é compreender a fraude colossal que o monopólio bancário internacional está a levar a cabo no nosso país, com a ajuda dos «nossos governantes» a soldo. E justiçá-los -> Eliminá-los!

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