26 abril 2014

Os livros dos inflectores: uma base de dados para estudar Portugal

A partir do livro "Os Burgueses", tornamos disponível uma base de dados sobre as ligações económicas e alguns outros detalhes relevantes de todos os governantes de todos os governos constitucionais. Assim, será possível corrigir eventuais erros e completar a base de dados com informação que nos tenha escapado, mas sobretudo torna-se possível a outros investigadores partirem desta base de dados para os seus trabalhos.

24 abril 2014

Passos Coelho age por ideologia, e percebe pouco de economia



Passos Coelho age por ideologia, e percebe pouco de economia. Insiste o primeiro-ministro na ideia de que “é errado aumentar os custos salariais quando a economia está a contrair”. O primeiro problema com a teoria do primeiro-ministro é que só vê a economia do lado da oferta, ou seja, das empresas. O segundo problema é que ignora que um sistema económico não é uma só empresa nem é uma só família. É o fruto da relação – complexa e dinâmica – de empresas, famílias, instituições financeiras e, é claro, o Estado.

Quando se olha para este sistema do lado da oferta, esquece-se que do outro lado dos “custos” salariais estão pessoas, trabalhadores, que usam o seu salário para adquirir bens e serviços. Sem esta procura, sem alguém que de facto realize a despesa, a produção não sai dos armazéns e, como tal, não entra para o PIB. Os serviços não se vendem e, como tal, não entram para o PIB. Sem esta procura as empresas que produzem os bens e serviços finais vão à falência ou reduzem a oferta, e por isso investem menos, levando outras empresas, as que vendem bens de investimento, à falência. Tudo isto desconta no PIB.

Da mesma forma, a ideia de que baixar salários é benéfico para as empresas só resulta quando se olha para este sistema complexo a partir das lentes redutoras e erradas de uma “economia familiar”. Baixar os salários, despedir mais gente, até pode ser bom para uma empresa individual, mas se todas fizerem o mesmo, a economia entrará em recessão.

De forma nenhuma uma economia em crise sairá dela pelos cortes salariais e pela redução de direitos laborais.Pelo contrário, a melhor forma de evitar uma crise é dificultando os despedimentos e os cortes remuneratórios: é essa estabilidade no rendimento dos trabalhadores que pode evitar que um pequeno acidente se torne numa profunda recessão.

A atualidade da memória

Nos arquivos encontramos espelhada muita da nossa história coletiva. A RTP decidiu abrir o seu e apresenta-nos um conjunto de memórias sobre o 25 de Abril e o processo revolucionário que valem a pena ser lembradas.

Memórias sobre o golpe, sobre as emissões e comunicados, as ocupações, o regresso dos exilados, a prisão dos membros da PIDE, a revolução nas escolas e universidades, a libertação dos presos políticos e tantas outras. 

Vale lembrar estes momentos, para aguçar a esperança dos combates que estão por fazer.

22 abril 2014

No Pasaran! Encontro Europeu Anti-Fascista em Atenas, 11 a 13 de Abril



Durante os dias de 11 a 13 de Abril juntaram-se cerca de 3.000 pessoas em Atenas para participar nos debates, assembleias e atividades culturais do Encontro Europeu Anti-Fascista. Cerca de 80 ativistas de 20 países diferentes, em representação de 32 coletivos anti-fascistas, anti-racistas e feministas e organizações políticas, estiveram presentes. Estes ativistas juntaram-se aos cerca de 30 coletivos anti-fascistas de Atenas e Pireus que organizaram o Encontro, os quais lutam quotidianamente contra o racismo, fascismo e austeridade na Grécia, em especial contra a Aurora Dourada. 

O Encontro teve o objetivo de trocar informação sobre a situação em cada país, partilhar experiências de luta e organização, e construir uma coordenação europeia entre os vários movimentos anti-fascistas numa luta que é comum em toda a Europa perante a ameaça crescente da ideologia e violência fascista.