27 fevereiro 2015

SYRIZA e estratégia socialista

Stathis Kouvelakis, membro do Comité Central do SYRIZA, é m dos críticos mais fortes do governo liderado por Tsipras, com várias notas publicadas nas redes sociais e uma série de artigos na Jacobin, O debate organizado pela International Socialism tem apenas dois problemas: a primeira intervenção, paupérrima e tristonha, de Alex Callinicos, e a falta de questões que obrigassem Kouvelakis a explicitar melhor os termos da sua intervenção. 

Mas a intervenção é, por si, valiosa: mostra que, em bom rigor, nenhum partido da esquerda radical portuguesa parece ter capacidade para contestar os termos da cultura política dominante e avançar uma estratégia que reconheça a necessidade de reconhecer o Estado como terreno enviesado e instável, a não-sacralidade do movimentismo (é uma condição necessária, mas não suficiente para uma qualquer transformação social) e a prioridade de inventar formas organizacionais que definam as suas estratégias no sentido de tornar os focos de luta dentro e fora do Estado complementares e mutuamente constitutivos. 

Não é que o SYRIZA seja necessariamente a condensação de um processo de recomposição da esquerda radical grega - isso pode ser contestado e imagina-se que o KKE e a ANTARSYA tenham as suas reservas. Mas parece ser importante reflectir sobre o que está a suceder na Grécia para além de ideias pouco produtivas como capitulação, retirada ou inutilidade.



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